TRANSTORNO DEPRESSIVO
Olá querida(o)!
Como você está?
No
post anterior compreendemos o que é um Transtorno Mental. Pedi sugestões e uma
leitora disse que gostaria de compreender a Depressão e o Transtorno
Bipolar. Dada a complexidade dos mesmos, falaremos hoje apenas sobre a
Depressão.
A Depressão tem uma relação fundamental
com as experiências de perda, surgindo com frequência após perdas
significativas como emprego, moradia, status econômico ou até mesmo a perda de
algo simbólico como o sentido da vida.
No
caso da perda de um ente querido é natural o indivíduo passar pelo processo de
Luto, que não é considerado uma Depressão. Contudo, o luto não elaborado pode
transformar-se em um transtorno depressivo.
Além
disso é importante reconhecermos que atualmente, a Depressão, tornou-se uma
epidemia, considerado o transtorno mais incapacitante do mundo, com cerca de 322
milhões de pessoas diagnosticadas.
As causas são inúmeras porém, precisamos compreender a sua raiz social através
do sistema capitalista, que possui o
lema “Tempo é dinheiro”, ou até mesmo a era narcísica das redes sociais, nas quais há a exaltação da busca pelo perfeito, uma
sociedade do espetáculo.
Em ambos aspectos, há em comum a falta de espaço/tempo
para sentir-se triste ou insatisfeitos, aprisionando tais sentimentos para que
não sejam expressos, afinal, seria uma vergonha não estar feliz ou
bem-sucedido.
Neste sentido, é perceptível a necessidade das pessoas em mostrar-se
autossuficientes, o que já compreendemos que não é possível pois, somos
seres-com-os-outros.
A
Depressão é caracterizada pelo humor triste, pelo desânimo
e pela falta de sentido. Os indivíduos acometidos por este transtorno
são melancólicos.
Na
experiência da melancolia perde-se o caráter ideal, trazendo à luz uma visão
mais realista da situação. É comum portanto, o sujeito estar insatisfeito com a
sua condição presente, expresso principalmente por suas autocríticas.
Alguns
dos principais sintomas afetivos:
choro fácil e/ou frequente; apatia; sentimento de falta de sentimentos,
sensação de vazio; sentimento de tédio; irritabilidade apurada (a ruídos,
vozes, músicas, entre outros); angústia e ansiedade; desespero e desesperança.
Além
desses sintomas, há alterações das
esferas instintivas e neurovegetativas, sendo esta última referente a parte
do sistema nervoso responsável pelo controle das funções involuntárias como a
respiração e a digestão:
·
Incapacidade de sentir prazer;
·
Fadiga, cansaço fácil e constante (sensação
de corpo pesado);
·
Desânimo, falta de vontade;
·
Insônia ou hipersonia;
·
Perda ou aumento do apetite;
·
Constipação, palidez, pele fria;
·
Diminuição da libido, diminuição da resposta
sexual (disfunção erétil, orgasmo retardado).
Alterações Ideativas:
·
Pessimismo;
·
Arrependimento, culpa;
·
Ruminação de mágoas antigas;
·
Desejo de desaparecer ou dormir para sempre;
·
Ideias de morte, planos ou atos suicidas.
Alterações Cognitivas:
·
Défict de atenção e concentração;
·
Déficit de memória;
·
Dificuldade de tomar decisões
Alterações de Autovaloração
·
Baixa autoestima;
·
Sentimento de incapacidade e de insuficiência,
sentimento de vergonha.
Alterações da Psicomotricidade
·
Tendência a permanecer na cama o dia todo;
·
Lentidão motora;
·
Aumento ou diminuição do tônus muscular
·
Diminuição da fala, fala lenta, mutismo.
Uma
característica notável do indivíduo melancólico é sua tendência ao lado oposto,
a mania. É comum ter atitudes exacerbadas, confundindo as pessoas ao seu redor
em relação ao seu quadro clínico, gerando dúvidas quanto a veracidade do mesmo
ou se há a presença de um Transtorno Bipolar. Contudo, na maiorias dos casos, tais
atitudes podem ser compreendidas como uma tentativa de superar a Depressão.
É
importante ressaltar que as informações expressas aqui não devem influenciar um
autodiagnostico. É imprescindível a procura por um profissional, psiquiatra ou
psicólogo, caso haja uma real identificação com os sintomas para que possam
juntos, fechar o diagnóstico, esclarecendo qual é o tipo específico do transtorno
ou descartar tal hipótese.
Caso
conviva com uma pessoa que possui o transtorno depressivo, não culpe-a pela
doença, procure mostrá-la que realizando o tratamento psicológico, há como
conhecer-se melhor e encontrar estratégias para lidar com a situação, afinal, o
transtorno é um indicativo de que há algo que precisa ser revisto e modificado.
Nosso
próximo encontro terá como intuito conhecer e compreender o Transtorno Bipolar
objetivando melhor diferenciação da Depressão. Fique ligado! ;-)
PS:
Ficou alguma dúvida sobre o Transtorno Depressivo? Comente!
Com amor, Evy.
Com amor, Evy.
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