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 Todos nós em algum momento da vida ouvimos alguma história que marcou nossa memória e nos auxiliou em algum momento, como uma referência. Os educadores infantis sabem muito bem do que estou falando, não é mesmo? Gabriel Chalita em seu livro: "Pedagogia do amor" traz à luz uma forma delicada e poderosa de educação: a contação de histórias!  Sabemos que a educação dos indivíduos vai além do tempo e das disciplinas aprendidas na escola. À todo instante podemos aprender algo novo e também compartilhar saberes, ampliando nossa rede de conhecimento.  Nos atendimentos psicológicos costumo enfatizar aos clientes e pacientes o quão importante é a narrativa de sua história, para a compreensão do seu modo de ser, construindo assim seu autoconhecimento.  No momento em que narramos os acontecimentos de nossa vida, são trazidos à memória lembranças esquecidas e que são caracterizadas por Heidegger de Alethéia, a verdade recordada. Além disso, o movimento de organizar as informaçõ...

A vontade e a sua importância para a Saúde Mental

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     (foto: @martamartins.mob) De acordo com a perspectiva fenomenológica-existencial, a liberdade é um dado existencial, ou seja, todos seres humanos são condenados a serem livres. (Sartre,1943) A liberdade, que todos nós ansiamos e tememos, exige que nos responsabilizemos pela nossa vida, que assumamos as consequências de nossas escolhas.      "É pela vontade, o principal motivo da ação, que nossa liberdade se desenvolve" -Yalon.   De acordo com o psiquiatra Irvin Yalon, a vontade é um elemento extremamente necessário para conquistarmos a liberdade. Segundo ele, os Estágios da Vontade são: 1)desejo; 2)decisão.  Às vezes, tomar decisões não é uma tarefa nada fácil. Um caminho necessário para isso inclui a habilidade de autoconsciência, ou seja, a capacidade de perceber e reconhecer o que sentimos e desejamos.     Um aspecto interessante reside na raiz da palavra " decidir ", que significa "matar" através de um homicídio o...

Neuroaprendizagem: Aprender a aprender

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Aprendemos algo novo a todo instante, mesmo que não percebamos. Nosso cérebro é realmente incrível e graças à neuroplasticidade podemos nos adaptar ao meio ambiente no qual vivemos, através da neuroaprendizagem, ou melhor, através da nossa interação com os estímulos ambientais.  Desde quando entrei nesse universo que une saúde e educação, me apaixonei e não quis sair mais. Hoje todo o meu olhar pessoal e profissional tem um viés psicoeducativo, ou seja, minhas intervenções levam o paciente/cliente à compreensão e à mudança de comportamento, ou melhor à neuroaprendizagem.   Nesse sentido, o cérebro ganha seu devido destaque por ser considerado o órgão social, de acordo com Relvas (2002). E como órgão social, depende dos estímulos do ambiente para interagir e devolver as ações necessárias. Segundo Luria e Vygotsky, o funcionamento neuropsicológico engloba um sistema dinâmico, produto da evolução sócio-histórica e da experiência social do indivíduo, que internalizou e consol...

Existir é suficiente

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Uma vez minha psicoterapeuta me disse que não precisamos ficar procurando respostas que justifiquem o fato de não estar bem, que às vezes não estamos bem e ponto. Concordo com ela, essa minha mania de racionalizar tudo me deixa exausta. Quando o papel se inverte e eu sou a psicoterapeuta, vou mais afundo e procuro voltar o olhar do atendido para o que ele está sentindo afinal, o estado de humor reflete a sua disposição, ou melhor, a forma como a pessoa se encontra no mundo.  Reconhecer tal disposição é fundamental para compreender que a mesma afetará a forma como sente, percebe e lida com a realidade. Nesse sentido, se estou angustiada, triste e desanimada, meu olhar ficará mais cabisbaixo, enxergarei apenas uma parte restrita da realidade e, por consequência, estarei limitada em minhas manifestações comportamentais.     Por outro lado, quando estou feliz e com bastante energia, minha visão torna-se mais ampla e clara, meu horizonte de possibilidades se abre, aumenta...

A vivência temporal e a Saúde Mental

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Você sabia que a forma como vivenciamos a temporalidade influencia muito em nossa Saúde Mental? Isso significa que, o modo como encaramos e lidamos com o tempo, além de outros aspectos, determinará o risco de um transtorno mental.   Funciona mais ou menos assim: Ao viver a maior parte do tempo frustados por uma perda (concreta ou simbólica), podemos desenvolver sintomas depressivos, que incluem humor deprimido e desânimo.  Quando passamos muito tempo planejando, estabelecendo metas e objetivos, podemos ficar angustiados pela expectativa do que virá, tornando-se hiper vigilantes e ansiosos. Para desenvolvermos uma saúde mental, precisamos aceitar que alternaremos entre passado-presente-futuro, que essa é nossa condição natural. Em outras palavras, se queremos ter saúde mental, não devemos nos fixar somente em um determinado momento de nossas vidas.  Para que isso ocorra, precisamos aprender novos comportamentos e para tal, será necessário estarmos conscientes do impu...

Quando Algo Já Não Faz Sentido: Ressignifique!

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           Há momentos em que nos sentimos desconfortáveis e, seja por qual motivo for, precisamos nos atentar ao que está acontecendo. Ao contrário do que costumamos acreditar, não precisamos aguentar tudo.       Para que possamos viver plenamente, aprendendo e nos desenvolvendo de forma saudável, precisamos atribuir significado às coisas ao nosso redor. Isto é, precisamos dar um sentido a tudo o que faz parte da nossa vida.      Por exemplo, estou escrevendo este texto, ok,  mas, para quê? Veja bem, para quê é diferente de porquê . O porquê justifica minha ação. Estou escrevendo esse texto porquê é sobre isso que tenho pensado ultimamente. Mas, isso traduz apenas uma ação e não o que ela significa.      Estou escrevendo este texto para quê  eu possa organizar melhor minhas ideias. Para quê eu possa me expressar através de uma das formas que mais me agrada, escrevendo.      N...

Para 2020: Não Se Auto Sabotar!

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Estamos no último mês do ano, momento propício para refletirmos sobre o que foi feito e principalmente sobre o que não fizemos. Com certeza iniciamos este ano, assim como os anteriores, cheios de planos e metas a serem atingidas. “Este ano vou cuidar da minha saúde com uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos, dormir mais cedo...” A ideia de termos um novo ano se iniciando nos enche de esperança afinal, “ano novo, vida nova”. Desejamos mudanças mas, na maioria das vezes, não queremos ter o “trabalho” de mudar. A mudança de comportamento demanda muita energia, precisamos interromper o ciclo de automatismo com o qual estamos habituados, precisamos atuar, assumir nossa existência como nossa de fato e não como consequência de inúmeros fatores, que não estão sob nosso controle. Veja bem, não é nada fácil compreender que a nossa vida está inteiramente sob nossa responsabilidade, até mesmo para aqueles que sempre “se viraram”. De fato, em algum momento desej...